data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Diário)
Quem chega ao distrito de Arroio Grande e dobra à esquerda para uma das estradas da localidade consegue chegar a qualquer casa sem dificuldade. De dia, não tem como errar. À noite, os faróis do carro não chegam muito longe do veículo. Uma licitação lançada pela prefeitura de Santa Maria é o primeiro passo para iluminar o cenário. Não há data para que o serviço de iluminação pública dos distritos seja feito, o que torna a esperança de melhorias uma luz ainda no fim do túnel.
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Serão R$ 100.366,50 por mês durante um ano. A empresa vencedora da licitação vai ser responsável por fornecer material, mão de obra, veículos, ferramentas e equipamentos. O valor será pago com recursos do Fundo Municipal de Custeio do Serviço de Iluminação Pública (Fumcip). Ao todo, isso soma cerca de R$ 1,2 milhão.
A abertura dos envelopes será no dia 21 de setembro, às 10h. Depois disso, quem perdeu o processo pode interpor recurso, e o município verifica se a proposta vencedora cumpre as obrigações. Somente após a ordem de serviço ser assinada que o cronograma de serviços ganha forma.
PRAZOS
A licitação para a iluminação pública dos distritos era prevista para junho, junto de outro processo para área urbana. Porém, houve atraso. O certame para 22 pontos da cidade de Santa Maria ainda não saiu.
A explicação da prefeitura, no caso do atraso deste ano, é que foram necessários ajustes no termo de referência. O argumento é que o trâmite entre secretarias é comum e "embora alguns processos não sejam realizados no prazo esperado, isso não significa que a demanda não foi atendida".
data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Diário)
No caso da área urbana, 22 ruas seguem sem processo licitatório para iluminação pública. Antes disso, outras duas licitações chegaram a ser lançadas, em 2019 e 2020, mas foram revogadas por questões técnicas. Desde então, são dois anos de espera por implementação das melhorias na iluminação pública no município.
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NO ESCURO
Em uma das estradas do distrito de Arroio Grande, até há postes de luz, mas sem lâmpadas. Próximo de uma casa, a reportagem do Diário se aproximou com cautela. Sem conseguir enxergar o que tinha pela frente, os latidos dos cachorros podiam estar mais perto do que pareciam. Era o quintal da artesã Giana Rosa Rodrigues, 33 anos. Ela abriu a porta e pressionou o interruptor enquanto perguntava quem se aproximava. A preocupação de ver um estranho no escuro se desfez com a claridade da lâmpada externa da casa e a apresentação da reportagem.
Giana conta que percorria diariamente o trecho da estrada sem iluminação. Ela trabalhava em uma escola no centro de Santa Maria. O último ônibus para o distrito partia, em frente ao Corintians, às 18h30min. O ponto de descida era na avenida principal.
- Até tinham trocado a lâmpada da frente da casa, mas já não tá funcionando e estamos na escuridão de novo - conta Giana, que hoje trabalha em casa
A mãe dela, a diarista Sandra Rosa, 51 anos, mora em Arroio Grande "desde sempre". Ela relata nunca ter visto a estrada bem iluminada. De manhã cedo e à tardinha, quando sai e volta do trabalho, ela percorre o trecho entre a avenida principal e a casa em que mora às cegas.
- Nas sextas, eu saio a trabalhar no Centro. Às 6h30min, é sempre escuro. Quando a gente precisa vir no último ônibus, esse pedaço também é na escuridão - relata.
data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Diário)
"Dá pra ir a pé, porque é de dia"
Na casa ao lado de Giana e Sandra, mora Elisângela Rossi Budel, 46 anos. Ela é professora em uma escola que fica a poucos metros. Para ir e voltar do trabalho, ela caminha. Se houver qualquer compromisso à noite, faz questão de sair apenas de carro.
- Quando a gente veio morar aqui, não tinha luz, foi colocado. Mas, de fevereiro para cá, estamos novamente sem luz. A gente tem medo, por isso iluminamos nosso pátio, para fingir que tem segurança. Eu tenho medo - lamenta.
As luzes que permitem enxergar a casa de Elisângela são bancadas por ela própria e ficam no quintal em frente à residência. Ela reclama que já solicitou à subprefeitura para a manutenção dos postes da estrada, mas que foi orientada a aguardar um caminhão com funcionários que fariam o serviço. Entretanto, ela disse que nunca foi informado dia ou horário em que isso iria acontecer.
Sobre essa questão em específico, a prefeitura afirma que é necessário registrar um número de protocolo por meio da ouvidoria no site ou pelo telefone 156. Outro canal é a Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos, pelo telefone (55) 3223-1616. A empresa que vencer a licitação da iluminação pública para os distritos também deverá disponibilizar um número para atendimento da população.